sábado, 3 de outubro de 2009

Some of us are meant to suffer, you know? Some of us are let to believe that we have this certain destiny and than it just gets snatched away. But we have to stay alive, because we have to see how the story ends.
Jordan Roark, My Sassy Girl (via thefiercest) (via funkylove)

1 comentário:

Mar* disse...

Tento. Tento um sem número de palavras que alguém inventou numa carta de regressos e abandonos para descrever a espessura desta luz irreconhecível. Há quem ronde por aqui com lanternas pela trela, animais trémulos dos confins de um aperto de peito. Há uma incessante mão que põe e tira castelos de casas na amurada dos meus olhos. Tento, mesmo com este cansaço de mosaicos de histórias que deram para o torto, afundadas em noites demasiado sós, segurar-me com toneladas de livros por abrir no cimo da cabeça, dar passos, sejam ou não cambaleantes. Porque eu tenho uma rasgada ferida do tamanho do corpo e não sei andar em saltos altos para disfarçar a inclinação horizontal do mundo. O que me arde jamais verá acalmia e melhoras. Era nova e já passeava pelo zoo atenta às garras dos leões e ao choro dos antílopes nocturnos. Não posso voltar atrás nas coisas a que atentava. Era já às feridas, à massa inconforme das convivências quase impossíveis, à violência contida dos que amam. O olhar é uma emboscada abissal, pura, e nenhuma palavra chega para a deter. Mas eu tento um sem número delas para que uma história não comece por matar o ruidoso tremer de árvores e interromper a pressão da mão que aguarda o peito onde se enterrar como flecha e vertigem desta luz - só quando a luz se tornar iluminável senão apenas pela mais funda noite dos olhos nos olhos.

- Ana Salomé -

Ly*